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A História do Escândalo

No texto abaixo Gladiomar Saade explica como ficou sabendo dos abusos ao seu filho, como o caso ganhou a mídia e quais são os desdobramentos do caso:

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"Como começou o desmascaramento

            Sempre que ia visitar meu filho, que vive nos Estados Unidos há mais de 15 anos sentia certo distanciamento dele para comigo, o que não era normal entre mãe e filho. Eu sempre soube que nesses últimos 20 anos ele frequentemente tinha crises de depressão. Em minha última visita a ele no mês de janeiro deste ano, ele me chamou para uma conversa, contou que estava fazendo tratamento com um psicólogo e estava pronto para me revelar a causa de tantas crises e angústias, inclusive do vácuo que acontecia entre nós.  

            Somente eu consigo avaliar a dor e o choque que senti quando ele me relatou que há 20 anos ele havia sido vitima de abuso sexual.

            Este foi o maior choque que recebi na vida, de repente a dor se intensificou ainda mais quando ele me revelou quem havia sido o algoz de tamanha atrocidade. Tratava-se do médium Maury Rodrigues da Cruz. Tive a sensação de que a terra se abriu sob os meus pés naquele momento, pois é a pessoa a quem dediquei 25 anos de minha vida tanto nas atividades da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, quanto na sua vida pessoal e na minha vida pessoal ao cuidar-lhe alimentação como a vestuária. Senti-me traída pela pessoa a quem mais eu admirava. A dor lancinante não há como explicar porque é um sentimento tal que não sei se é de tristeza, se de revolta, se de traição, se de deslealdade, abuso, desrespeito ou se de todos esses sentimentos juntos.   

            Em meio a forte emoção e muitas lágrimas, meu filho relatou passo a passo como tudo aconteceu, descreveu o modus operandi usado pelo inveterado carrasco.

            Em um primeiro momento, fiquei sem ação, a dor tomou-me conta por completo, desfaleci.  Aos poucos fui estimulada pelo meu próprio filho a reagir física e emocionalmente. Senti naquele instante que eu seria a última pessoa que poderia entrar em depressão, busquei forças até mesmo aonde não tinha para lutar.

            Ao voltar para casa, minha primeira ação foi procurar alguns rapazes que tinham estado na SBEE nos últimos meses e fiz a seguinte pergunta a eles:

            -Tenho percebido que você não tem frequentado a SBEE nos últimos meses apesar de você ter sido tão ativo. Você por acaso sofreu algum constrangimento? Especificamente na salinha da ecto?

            A resposta foi sempre:                        

            - sim.

            Alguns começaram a discorrer sobre o ocorrido e outros choraram.  A triste realidade se fez presente.

           “Não foi só com meu filho”.

            Procurei alguns membros da SBEE, com a intenção de pedir ajuda e dizer que aquela prática imoral, destruidora do ser humano não poderia mais acontecer. Preocupei-me com a obra, tentei preservá-la, mandei uma carta diretamente ao Maury Rodrigues da Cruz. Recebi como resposta, difamação. Busquei novamente alguns membros da sociedade, lastimavelmente alguns já estavam totalmente aparelhados para defender o médium e agredir-me. Pude, naquele momento, separar o joio do trigo. Saber que algumas pessoas já sabiam há muito tempo e não fizeram nada para parar tal atrocidade o que me decepcionou muito. Eu chamo isso de conivência. Ainda bem que os filhos deles não passaram por isso, chego a pensar que alguns foram protegidos pelos próprios pais que já tinham conhecimento de que da tal “salinha” nenhum rapaz bonito escapava a não ser que o médium tivesse outros interesses.

            Foi a partir dessas constatações que começamos a divulgar vídeos na internet, despimo-nos de quaisquer preconceitos e entendemos que vítimas não têm de que se envergonhar. A vergonha está para àquele que praticou o crime.

            A partir desta exposição muitas vítimas se apresentaram. Constatamos que essa prática vem de longa data e, lastimavelmente, usando a fé e a fragilidade de alguns jovens que procuram aquela casa e que são facilmente manipulados. 

            Hoje, mais de 50 vítimas se apresentaram, todos rapazes. Buscamos a justiça dos homens e, desde então, estamos confiantes, pois a justiça de Deus é inevitável."

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Veja como foi a primeira denúncia, clicando aqui!

Ou as denúncias de ouras vítimas, clicando aqui!

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Caso você saiba de algum caso ou alguma vítima entre em contato conosco pelo e-mail:

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